Você busca Magia ou Religião?

[Adaptado do texto de Isaltino Gomes Coelho Filho http://vivendocidade.com/a-contraposicao-entre-magia-e-religiao]

Muita gente confunde religião e magia.
A Bíblia é vista como livro de receitas mágicas, padres (ou pastores) vistos como pajés, e atos religiosos entendidos como manipulação de forças espirituais. Os dois últimos são a base de cultos animistas e pagãos. Juntou-se-lhes a compreensão errada da Bíblia (primeiro item) e eis uma prática animista com tintura bíblica.

Há muitas diferenças entre magia e religião. Cito três: (1) A magia busca manipular forças espirituais para benefício; a religião procura a vontade de Deus e o ajustar-se a ela; (2) A magia busca facilidade para viver; a religião busca maturidade para saber viver; (3) A magia busca resolver problemas pessoais, sem noção do outro; a religião se preocupa também com o próximo e o mundo.

Na magia, a questão é: EU diante da força espiritual ou cósmica para resolver meu problema. Na religião, a questão é como ser usado por Deus como agente de transformação.

O evangelho não é magia. Alguns cultos religiosos não refletem sobre Deus, mas "sobre como usá-lo". Ou são formatados para as pessoas se sentirem bem. Mas o verdadeiro culto não é simplesmente algo para nos sentirmos bem, mas para estarmos diante do Totalmente Outro, do Transcendente, do Santo, e nos submetermos a dele.

O verdadeiro culto produz temor, reverência, consagração e serviço. Como Isaías: “E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me!” (Is 6.8).

Há muita adoração e louvor hoje! Multiplicam-se missas, devoções, cultos e reuniões! Mas há escassez de santidade, de amor ao próximo e de serviço. As pessoas vão aos cultos, sentem-se bem, fazem uma catarse, mas não são transformadas!

O evangelho de Jesus e suas críticas a "religião exterior" parece que passaram despercebidos diante das práticas religiosas desenvolvidas ao longo do tempo e de forma particular na atualidade. Prima-se pelo uso de amuletos, do uso das realidades divinas em benefício próprio e coisas semelhantes.

O evangelho de Jesus é, em verdade, uma mudança de pensamento e de atitude, uma transformação interior que me leva a uma nova forma de convivência social, e à gratidão espiritual; e não uma troca de favores entre pessoas egoístas e as forças divinas.