Entre chips e catástrofes



Diante de notícias sobre meios de identificação via chip inserido na pele, ou fenômenos naturais raros, a face do fundamentalismo cristão logo reaparece. Declarações apocalípticas (uso errado da palavra, apocalipse não significa fim do mundo, mas sim des-velamento, revelação) sobre o fim do mundo e a segunda vinda de Cristo se utilizam desses fatos para refundar sua fé no "Armagedom" e tentar a conversão dos não-cristãos pela via do medo.
Quanto aos chips de identificação, se a implantação deles for algo arbitrário, ninguém precisa se preocupar com o julgamento de Deus, já que o pecado pressupõe a livre adesão. E vai que não tem nenhum mal neles a não ser um fim prático? O chip seria a marca da besta? Que best-eira! O Apocalipse é uma forma simbólica de abordar a perseguição romana sobre os cristãos! Não uma predição sobre o fim do mundo!
Sobre as catástrofes sempre existiram fenômenos naturais! Graças a Ciência podemos compreender os fenômenos da natureza segundo os parâmetros naturais, sem recorrer a Thor, Zeus ou a Geová. A força natureza nos encanta e causa temor. Isso significa apenas que o poder de quem criou o mundo natural é também grande e admirável. Deus criou a natureza, mas não é a natureza. Ele criou a natureza e esta é regida pelas leis que ele mesmo concedeu. Terremotos, tsunamis, enxurradas são parte da dinâmica natural do planeta. Causam danos porque nós invadimos o espaço da natureza, ou não tivemos uma capacidade suficiente para prevê-las.
Para nós que cremos na segunda vinda de Cristo quando estabelecerá o novo céu e a nova terra, temos os sinais mais relevantes que a prenunciam, segundo a Bíblia, é que haverá uma grande perseguição dos cristãos e o anúncio universal do Evangelho, o que deve ser entendido também com o contexto da época. Em tese a cada 100 anos acaba uma geração, e temos que pensar que muitos morrerão sem ter acesso ao Evangelho. Os cristãos acreditam em uma segunda vinda de Jesus e o fim da atual ordem de coisas, não necessariamente o fim do mundo. Mas mesmo os cristãos deveriam levar em conta que se Jesus não vem nós iremos até ele. Por isso não entendo a preocupação com o fim do mundo. O mais provável é que nós vamos ter o nosso fim antes dele.O evangelho está enfraquecido pelo testemunho dos cristãos. Pregamos Jesus mas não vivemos como Jesus. E acredito que o Evangelho pode ser uma grande luz no atual contexto de intolerância e violência global. Ao invés de temer perder o Evangelho com as tribulações do fim, anunciemos e vivamos o Evangelho que o mundo precisa conhecer antes de ter o seu fim que pode ser agora ou daqui a 1 milhão de anos, pois só Deus sabe quando será!

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