Totemismo, arquétipos, imagens, hipostatização


Totens são artefatos encontrados em tribos indígenas americanas, os quais tendo sido estudados por antropólogos, observaram seu papel de fator de identificação dos membros de um clã, ou tribo, ao modo de “brasões familiares”, contato com antepassados e fator de proteção espiritual de um lugar. Milhões de pessoas vestindo as cores, ostentando o escudo, cantando hinos e torcendo por seu time é um resquício do totemismo, pois como as estátuas sagradas são fatores de unificação e identificação das massas.
Essa experiência totêmica pode ter deixado traços arquetípicos (Jüng) no imaginário humano, sendo comum a união de pessoas em torno de um ser sagrado (estátuas, símbolos, pessoas), como fator de união dos mesmos em torno de um ideal comum. Há cidades que constroem grandes estátuas como fator de proteção, ou grandes monumentos verticais, que arquetipicamente são um retorno ao totem.
Feuerbach expressou a religião como autoprojeção (hipostatização) das potencialidades humanas nos seres sagrados ou sacralizados, de forma que os santos católicos, por exemplo, são uma espécie de idealização dos valores de força espiritual.
É comum um santo tornar-se protetor de um grupo, de um lugar, de uma comunidade, como fator de agregação da comunidade em torno de um símbolo ideal comum. Até mesmo a cruz de Jesus remonta a um totem.
A verdadeira religião deve estar atenta a tais mecanismo arquetípicos, não ignorando-o totalmente, mas percebendo o valor ideal por trás do totem, na busca de desenvolvê-lo em si mesmo.

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