Roma (De sede do império perseguidor do Cristianismo a sede da religião perseguida)


Jesus ao ressuscitar, ordena aos apóstolos (que estavam em Jerusalém) que dirijam-se à Galileia pois lá o veriam (Mt 28,10). Ora, Jerusalém era o lugar santo, mas Jesus pede que se dirijam à Galileia, região mais paganizada de Israel, pois lá deveriam encontrá-lo. Assim, parece que há uma relativização quanto a questão de lugares específicos para o culto à Deus, uma vez que "quando dois ou mais estão reunidos no nome de Jesus, ele está presente" (Mt 18,20), e o que importa é "adorar em espírito e em verdade", não tendo tanta importância o lugar (Jo 4,24).
Mas, o que quero de fato observar é o aparente e paradoxal desígnio no fato de que a sede do império que perseguiu impiedosamente os cristãos viesse a se tornar a sede dessa religião.
Aquilo que alguns atribuem a uma jogada política de Constantino, todavia aparenta até certo ponto ser um desígnio favorável à nova doutrina.
Basta observarmos nos Atos dos Apóstolos a verdadeira "obsessão" de Paulo em ir pregar em Roma, capital do Império (At 19,21; 23,11) e o fato de tanto Paulo como Pedro terem sido martirizados nesse lugar. - Roma era o grande centro irradiador das ideias e doutrinas, na época. - De fato, em Roma havia uma comunidade cristã que foi se fortalecendo. Mas, isso não foi o suficiente para que por ainda dois séculos Roma continuasse a perseguir e exterminar cristãos.
Com a conversão de Constantino foi concedida inicialmente a liberdade de culto aos cristãos. Mais tarde Teodósio I (e não Constantino, como é erroneamente apregoado) institucionalizou o Cristianismo como religião oficial do império romano.
Se por um lado houve uma queda de qualidade no Cristianismo a partir de sua institucionalização como religião oficial romana, isto todavia favoreceu o avanço da doutrina cristã pela vastidão do império, não obstante os métodos forçosos com que os habitantes aderiram à nova religião.

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